"Olha A Cabeleira Do Zezé..."

Se eu fosse carioca, ou tivesse nascido numa cidade maior que tem como tradição os grandes carnavais, acho que ia adorar o carnaval com fantasias, coisa e tal. Do samba, gosto mais do sambinha - axé da Bahia por que esse não cansa muito pra dançar, apesar das letras não fazerem nenhum sentido: “Segura o tcham, amarra o tcham...”.
Mas carnaval, pra todo mundo tem um significado diferente, porque cada um festeja à seu modo (ou simplesmente não festeja).
Pra mim, quando eu tinha 15 anos, gostava de ir pro interior de Goiás, como Caldas Novas, Porangatú, onde o carnaval “bomba” mais, Goiânia geralmente não tem nada. À medida em que o tempo foi passando, fui adequando o carnaval do axé, com viagens de turmas muito animadas, boas de dança e cachaça, mas que gosta de uma certa tranquilidade. Então me tornei adepta desse carnaval. A gente fazia a festa entre si, uma galera boa de bem com a vida que gosta também de conversar.
O pior carnaval que eu já passei foi quando estava no “auge” aquele funk da “Eguinha Pocotó”. Fomos pra Cidade de Goiás, interiorrr goiano. Na praça da cidade tinha carnaval com som automotivo, onde cada um disputava qual eguinha “rinchava” mais.
Santa Maria Madalena!!!! Socorro!!!! Nós queríamos morrer (eu e minha amiga Patricia) a acreditar que estávamos ali. A música acabava e eles colocavam de novo. Encher a cara não podia, porque encher a cara e aguentar a tal música, seria querer morrer de overdose. Bom, nem é bom lembrar...
O melhor foi quando fomos pra uma chácara onde tinha acampamento (era o que o dinheiro dava), com graminha verde limpinha, piscinas, cachoeiras e bar. Além das barracas de dormir, montamos uma barracona que ficava no meio do círculo, que tinha “cozinha”, área, churrasqueira, e se quiséssemos dançar, íamos pro salão que tinha ali mesmo, onde o pessoal era bonito e animado, faziam tipo um lual na roça, com lua, cervejinha gelada, amigos, muita risada. Pra dormir, era só voltar pra barraca. O inconveniente era acordar com o calor de 40 graus dentro daquele plástico que ficou guardado o ano inteiro e o banho que era feito no rio (que delícia) depois que escurecia pra ninguém ver a “lavação”. Mas o resto era tudo de bom.
Hà anos que não acampo. Dá uma certa preguiça porque ao contrário daqueles tempos, hoje em dia a gente trabalha duro e tem uma graninha pra ir pra um hotel, com ar condicionado, banheiro, mas... com tanto “conforto”, não chega nem perto da diversão do acampamento. Programa de índio pra uns, melhor carnaval pra outros...Êita saudade da Skol!